“Continuamos moendo picanha do mesmo jeito”, afirma Ronaldo Rates, conhecido como Alemão, chef do Duke’n’Duke, casa que se tornou ícone entre as hamburguerias, que, nos últimos anos, vêm se multiplicando por Belo Horizonte.
Em comum entre elas, apenas o fato de fazerem seu próprio hambúrguer, deixando cada vez mais distante a lembrança daqueles humildes bifinhos congelados e criando “escola” oposta à dos traileres (que seguem com público fiel). Cada uma tem sua receita.
São hambúrgueres maiores e, geralmente, mais suculentos – em algumas dá até para escolher entre mal passado ou ao ponto. Muitas vezes, os pães são exclusivos da casa, feitos “sob medida”. Para não dizer que o céu é o limite, a imaginação dos chefs em relação aos demais ingredientes do recheio parou no azeite de trufa, queijos importados, carne de jacaré e, mais recentemente, um hambúrguer “dupla face”, ou seja, metade carne de picanha, metade pepperoni moído.
Este último, no caso, foi criação de Alemão, que chegou à receita depois de ficar insatisfeito com o sabor forte de um hambúrguer de pepperoni que testava. Resolveu, então, reduzir a quantidade do embutido, limitando-o à fina camada afixada sobre o hambúrguer de picanha da casa. Agora chamado de Monk (R$ 31,80), o sanduíche leva, ainda, queijo gouda com pimenta, presunto cru e molho de tomate (com alho e manjericão) no pão australiano.
Com a mesma técnica, fez outro hambúrguer dupla face, de picanha e linguiça de lombo, o getz (R$ 29,90), que acomoda no pão de sal redondo com alface americana, minicebola, pimenta-biquinho e queijo canastra tostado com maçarico. Entre os clássicos da casa está o wes (R$ 29,90), composto por hambúrguer de picanha, queijo cheddar e cebola caramelizada na cerveja stout Guinness. Todos são servidos com batatas fritas.
“Temos bons produtos, carinho e ideias boas. Respeitamos quem está pagando, pois os nossos sanduíches não são baratos. Em vez de moer acém de R$ 13, o quilo, moemos picanha de R$ 30. Dá mais sabor e suculência. Num primeiro momento, o freguês pode chegar desconfiado por causa do preço, mas dá para ver a surpresa na cara dele quando o sanduíche chega à mesa. O hambúrguer é alto e a batata, por não ser daquela congelada, fica totalmente diferente”, afirma ele.
ONDE COMER
B Burger Bistrô
Rua Antônio de Albuquerque, 1.354, Lourdes, (31) 2531-1142. Aberto de terça a sexta, das 17h30 ao último cliente; sábado
e domingo, das 12h ao
último cliente.
Bocca
Avenida Contagem, 803, Santa Inês, (31) 3568-0222. Aberto diariamente, das 18h à 1h.
Burgueria Pampulha
Avenida Fleming, 212, Ouro Preto, (31) 3498-3832. Aberto de domingo a quinta, das 17h às 23h30; sexta e sábado,
das 17h à 1h30.
Duke’n’Duke
Rua Alagoas, 1.470, Savassi,
(31) 3264-9857. Aberto de terça a quinta, das 11h30 às 14h30 e das 18h à 0h; sex., das 11h30 às 14h30 e das 18h às 2h; sábado, das 12h30 às 2h; domingo, das 12h30 à 0h.
Eddie Fine Burger
Rua da Bahia, 2.652, Lourdes,
(31) 3281-5804. Aberto de domingo a quinta, das 11h30 às 1h; sexta e sábado, das 11h30 às 5h.
Jack’s Big Burger
Alameda da Serra, 322, Vila da Serra, Nova Lima, (31) 3646-1102. Aberto diariamente, 11h30/0h30.
Sam’s
Avenida Professor Mário Werneck, 1.915, loja 3, Buritis, (31) 2526-4747. Aberto de domingo à quinta, das 17h à 0h; sexta e sábado, das 17h à 1h.
Tommy’s
Avenida Olegário Maciel, 1.801, Lourdes, (31) 8857-4153. Aberto diariamente, das 18h à 0h.
Já o chef Tércio Maia, autor das receitas do Jack’s Big Burger, utiliza acém nos seus hambúrgueres. “É um corte com gordura marmorizada e já no teor ideal em relação ao volume de carne, entre 20% e 25%”, explica. A casa foi aberta no Sion e, este mês, inaugurou franquia no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima. Entre as especificidades da cozinha, está o fato de a fritura ter sido praticamente abolida, já que os hambúrgueres e batatas (pré-fritas) servidas com eles são assados.
A variedade de hambúrgueres é ímpar na cidade por conta da complexidade das combinações de ingredientes. A criação do hambúrguer de jacaré (R$ 39,90), por exemplo, partiu das cozinhas cajun e creole, dos Estados Unidos: é feito com pimentões salteados, mel de milho, queijo coalho gratinado com orégano e ketchup de pimentão no pão de milho. “O público de BH é cada vez menos ingênuo. Não dá mais para abrir uma casa sem conceito. As pessoas concordam em pagar por isso”, observa Tércio.
A mais nova criação dele foi inspirada em Juscelino Kubitschek e batizada de Juça Jequiti (R$ 28,90), feita com pão de mandioca, hambúrguer de carne de sol, creme de abóbora, pimenta-biquinho flambada na cachaça, queijo canastra e couve. Para acompanhar, palitos de polenta assada em vez de batata frita. O cardápio também listas hambúrgueres de carnes de boi (um deles com manteiga e azeite trufados), frango defumado e cordeiro. E vem por aí um hambúrguer de avestruz e outro argentino.
Em casa Talvez o pioneiro no hambúrguer de apelo gourmet na cidade, o Eddie Fine Burger comemora este mês 10 anos de funcionamento. “Foi minha filha Renata que percebeu a inexistência de hamburguerias em BH, na época. Ainda não havíamos criado a Ah! Bon e só tínhamos a Speciali. Fomos desenvolver produtos, pois queríamos algo artesanal, sem química. Começamos dentro de casa mesmo. Criamos as receitas do hambúrguer e do pão”, conta Eduardo Pereira, proprietário da casa.
O sanduíche clássico da casa é o Eddie’s (R$ 24,80, com batatas fritas), cujo hambúrguer (feito com coxão mole) tem a companhia de queijo cheddar, bacon, cebola caramelizada no molho barbecue e alface (R$ 24,80) – é possível trocar o hambúrguer comum pelo de picanha. “Nossa carne chega resfriada diariamente às nossas lojas, sem nada congelado”, diz ele. Prova do sucesso desse modelo, a marca também chegou à três shoppings da cidade (Pátio Savassi, Diamond e BH) e a cidade de Salvador (BA).
Fonte: Divirta-se (Uai)