Valéria Coelho, 43 anos, secretária, vai para o Peru na próxima semana. Ela e o marido vieram se vacinar contra a Febre Amarela e tirar a carteira internacional de vacinação – medidas obrigatórias para quem visita o país. Maria dos Santos, 55 anos e coordenadora de uma creche, irá passar alguns meses em Moçambique, na África, visitando o filho. Ela também veio se vacinar e retirar a documentação. Já o destino da estudante Karen Resende, 23 anos, é a Austrália. A jovem também precisou se imunizar contra a febre amarela e veio retirar uma nova carteira de vacinação, pois havia perdido a sua primeira.
Essas são algumas das histórias de quem visita o Centro de Atenção à Saúde do Viajante. Localizado à rua Paraíba 890, no bairro da Savassi, o local oferece orientações, consultas médicas e vacinação para brasileiros que irão visitar outros países ou regiões do Brasil e até mesmo estrangeiros que estão de passagem por Belo Horizonte. O centro também emite a carteira internacional de vacinação, exigida para entrada em alguns países.
Como explica o coordenador do Centro, o médico Argus Leão Araújo, nos meses de maior movimento (dezembro, janeiro, fevereiro e julho), o local chega a emitir 2 mil carteiras internacionais de vacinação por mês. “Atualmente, a vacina contra a febre amarela é a única que pode ser exigida internacionalmente, que é cobrada pelas agências de vigilância sanitária de alguns países do mundo, principalmente do hemisfério sul, como Peru e Bolívia, quase todos os países da África, além da Índia e da China no hemisfério norte”, detalha.
Não é necessário agendamento para se vacinar ou retirar a carteira internacional de vacinação, que é gratuita – basta apenas apresentar a carteira nacional de vacinação e documento de identidade. No centro também são realizadas consultas médicas, nas quais os profissionais, além de explicar sobre as vacinas exigidas em cada país, informam sobre cuidados com a saúde nos locais de destino, como utilização de repelentes e consumo de água. “Tentamos atualizar o cartão de vacinação de todo viajante que chega ao centro. Além disso, informamos sobre como se prevenir contra outras doenças, mesmo que a vacina não seja exigida. Por exemplo, quem visita o norte do Brasil precisa tomar cuidados contra malária. Já em regiões frias, como no sul, é importante alertar contra a gripe e outras doenças pulmonares”, comenta.
Argus ressalta que é sempre importante se informar sobre a situação sanitária do país de destino – mesmo que sejam países tipicamente tidos como “seguros”. Ele relembra que em 2011 houve um surto de sarampo na França, doença contra a qual há vacinação para crianças. ”Quem trabalha em um centro de atendimento a viajantes precisa pesquisar a todo momento. De uma hora para outra, pode haver um surto de cólera em um país. Além disso, a orientação médica é importante, pois sabemos que há regiões que não possuem uma rede de informações bem estruturada sobre surtos de doenças, como alguns países asiáticos e africanos”, explica. O centro também atende a estrangeiros que estão de passagem no Brasil, a maior parte para tirar dúvidas sobre viagens dentro do território brasileiro. “Chega um estrangeiro por mês, em média, são minoria”, completa.
Funcionamento
O centro funciona de segunda a sexta, exceto feriados, de 9h às 12h e de 13h às 17h para vacinação, emissão de carteira internacional de vacinação e atendimento. As consultas médicas acontecem de segunda a quinta, das 13h às 17h, e sextas, das 8h às 12h e de 13h às 17h, exceto feriados. É recomendado agendar a consulta através do telefone 3246-5026, do e-mail [email protected] ou no local. Todos os serviços são gratuitos. O centro não realiza internacionais ou presta atendimento de emergência. O local também orienta via telefone ou internet profissionais de saúde de outras unidades que atendem viajantes.
Fonte: Na Savassi